Minha Boemia - Arthur Rimbaud
Tradução: Claudio Daniel
Eu caminhava, as mãos soltas nos bolsos gastos;
O meu paletó não era bem o ideal;
Ia sob o céu, Musa! Teu amante leal;
Ah! E sonhava mil amores insensatos
Minha única calça tinha um largo furo.
Pequeno Polegar, eu tecia no percurso
Um rosário de rimas. A Grande Ursa,
O meu albergue, brilhava no céu escuro.
Sentado na sargeta, só, eu a ouvia
Nessa noite de setembro em que sentia
O odor das rosas, que vinho vigoroso!
Ali, entre inúmeros ombros fantásticos,
Rimava com a débil lira dos elásticos
De meus sapatos, e o coração doloroso!
Jean-Nicolas Arthur Rimbaud (20
de outubro de 1854, Charleville - 10 de novembro de 1891, Marselha) foi
um poeta francês. Na maioria das vezes, a história de Rimbaud é
apresentada como principal ponto de partida para a leitura de sua obra, o
que torna quase impossível olhar-se a obra de Rimbaud com olhos livres.
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